Como tornar seu site acessível

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tecla de um computador com o símbolo da deficiência
Saiba como implementar a análise de acessibilidade web e promova a inclusão de Pessoas com deficiência visual
 
Em agosto de 2018, durante o Congresso Learning & Performance Brasil 2018, a MicroPower e o Institute for Learning & Performance Brasil, com muito orgulho, lançaram o eBook “Virtual Vision – 20 anos capacitando e incluindo pessoas com deficiência visual.”
 
O painel em comemoração dos 20 anos do Software Virtual Vision levou ao público muitas informações e dados sobre o universo das Pessoas com Deficiência Visual, como conquistas ao longo das últimas duas décadas e a influência que tem promovido na vida pessoal e profissional daqueles que têm se beneficiado da ferramenta.
 
Foi abordado também sobre como fortalecer a inclusão de Pessoas com Deficiência Visual através da análise de acessibilidade web em sites brasileiros e como esse cuidado pode beneficiar milhares de pessoas, além de aumentar os acessos.
 
Só para se ter uma ideia do cenário brasileiro das Pessoas com Deficiência Visual, de acordo com os dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, 18,6% da população brasileira possui algum tipo de deficiência visual. Desse total, 6,5 milhões apresentam deficiência visual severa, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%). (link meg.gov).
 
Ou seja, é preciso atenção e cuidado com esse público. Acessibilidade web é um dos pontos fundamentais para um acesso democrático.
 
Lei Brasileira de Inclusão
 
Desde 2004, um Decreto Federal (nº 5.296) torna obrigatório que todos os portais e sites dos órgãos da administração pública atendam aos padrões de acessibilidade digital. Depois disso, vários decretos, portarias e até uma lei – a Lei de Acesso à Informação Nº 12.527, de novembro de 2011 – trataram do tema, abrangendo todos os sites e não apenas os governamentais.
 
Depois de mais de 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI – Lei 13.146/15) foi sancionada em julho de 2015 e entrou em vigor em janeiro de 2016.
 
A lei tem promovido mudanças significativas em diversos campos (educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura) e o acesso à informação e à comunicação estão entre seus grandes progressos. Agora, todos os sites devem estar acessíveis:
 
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.
 
Na prática
O Coordenador de Treinamento e Acessibilidade da MicroPower, Daniel Rufini, explicou que todas as informações de uma página acessível devem ser apresentadas em texto e com navegação via teclado. Isso significa que, se for usada alguma outra mídia, como imagens e sons, as informações que elas contêm devem ser repetidas numa descrição textual. Essa descrição deve ser “equivalente”, isto é, deve transmitir as mesmas informações que os elementos disponibilizados, para que a pessoa com deficiência visual entenda, navegue, interaja e contribua para a internet.
 
Os leitores de telas, como o Virtual Vision, são desenvolvidos para captar somente textos, daí a necessidade de adequação textual de todas as mídias usadas num site.
O processo de Análise de Acessibilidade consiste em 3 etapas:
 
1- Elaboração e criação do site levando em conta o padrão WCAG;
2-Execução de um site validador técnico para verificação da programação utilizada;
3-Testes de acessibilidade (validação semântica – experiência do usuário) com um leitor de telas + uma pessoa com deficiência visual navegando pelo site.
 
Um site acessível representa o cuidado com a responsabilidade social, que impacta diretamente a imagem de uma empresa. É uma grande oportunidade para as empresas atenderem a um público de milhões de pessoas, que podem acessar o seu conteúdo de forma democrática e que precisam de atenção para terem acesso igualitário.
 
Outro tabu que se quebra por meio desse trabalho e, principalmente, entre os programadores de sites é que para que um site seja visualmente acessível, não precisa ser feio, pois alguns recursos simples de programação podem tornar o site acessível sem perder a experiência visual de quem o acessa. Para tornar isso possível, é necessário reunir o programador, a pessoa com deficiência visual e o validador técnico, para que surja um trabalho que atenda a todos.
 
“Ainda hoje, há escassez de empresas que façam esse trabalho de acessibilidade e muitas ainda não conhecem esse trabalho na prática”, afirmou Daniel Rufini.
 
A acessibilidade do site deve ser um requisito na concepção do seu projeto (custo zero) e não um retrabalho depois que o site foi finalizado.
 
O processo de análise de acessibilidade de um site segue um passo a passo e uma metodologia específica. Quando um cliente quer um site acessível, é preciso seguir uma sequência específica: definição do site, juntamente com o desenvolvedor que deve seguir o manual de acessibilidade, com algumas dicas de programação que facilitam a implantação da acessibilidade no site.
 
Após esta etapa, é gerado um relatório técnico através de um site validador técnico de programação. Em seguida, é realizada a validação semântica, que consiste em identificar oportunidades de melhoria e sugestões de adequação da linguagem, para tornar a experiência do usuário mais prática e tornar o site 100% acessível.
 
Após os ajustes, é feita uma nova verificação para garantir que nenhum detalhe tenha sido deixado de fora. Se houver aprovação da equipe de verificação, o site é homologado; se não for aprovado, o processo volta ao início até que o site esteja acessível.
 
O final desse trabalho gera um novo manual atualizado e personalizado com as imagens e detalhes de programação usados para aquele Cliente especificamente. Além disso, há um acompanhamento e reporte semanal, para garantir a homologação do site.
 
Razões para tornar seu site acessível
 
  • Um site acessível representa o cuidado com a responsabilidade social, que impacta diretamente na imagem de sua empresa;
  • Tornando seu site acessível, abre-se uma nova gama de clientes, criando vantagem competitiva em seu segmento;
  • Mantém os sites em conformidade com a Lei Brasileira de Inclusão, que promove acesso à informação e à comunicação;
  • Ter um site que não esteja nos padrões web pode custar acessos a menos. Por isso, a acessibilidade torna o site mais organizado e auxilia os mecanismos de busca a encontrarem sua página;
  • Oportunidade para atender a um público de milhões de pessoas que podem acessar o seu conteúdo de forma democrática e que precisam de atenção para terem acesso igualitário;
  • A análise de acessibilidade possibilita também tornar o conteúdo do site acessível em qualquer tipo de dispositivo, incluindo tablets e celulares.
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Ícone de acessibilidade em meio a um ambiente tecnológico
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